Branco fugidio em cada pétala,
Palidamente corada no interior do cálice,
Hastes do azul de 100 anos,
Pontas de fogo evitando contato.
Flor que estanca urgências,
Distrai afetos espontâneos,
E se ele morrer agora?
Flor não terá deixado ele beber da boca proibida!
Inala esta fleur para ganhar mil camuflagens.
Exala aparente controle.
Oculta o amor em macho-disfarce.
Permanecendo ereto, com seu coração intacto.
Flor que proibe os vícios.
Separa e une os amantes.
A serviço da Igreja, a serviço,
do medo, a serviço, do Homem,
do controle, do padrão, do mesmo.
Flor da impossibilidade
Flor de formol, de fórmula, nega a fome.
Florece canibalizando,
devorando o que é ousado.
Eu te arranco as pétalas flor.
Amarga o amor em minha língua.
Cuspida em palavra, com-paixão,
que corta com sua cimitarra
Flor do medo
Flor da imutabilidade.
Clarisse Tarran
16.4.05
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