14.8.04

Falando Sério

Sex and Love Adict, foi o que disseram.
Sento, aceito e procuro amparo, ou fundo uma seita e tiro mais um sarro?

Ando fugindo das palavras para não contar mais a mim mesma quem sou.
Esta que finge ser livre e imoral, mas procurando-a bem, acha-se apenas uma pequena menina que ofertaram pouco a mão que cuida. Livrai-nos de toda pieguice das cidades, que não há disto nos ingênuos campos ou nas modestas casas.

Fugir e fingir formam uma irmandade segura. São Fu e Santa Fing, padroeiros da sacanagem proibida, rapidinha, abençoada. Um hino com sons de zípers e whispers e molas quebradas. A hóstia é de batom, o genuflexório é brinquedo incrementado, em dois modelos à escolha, um de encaixe, o outro de enfiar. A casinha de confessar sempre teve treliça; para espiar, para esconder, para chupar. Adiciona-se mais cetim, rendinha e veludo, aumenta-se o perímetro dos furos e ali, aumenta-se caridosamente a culpa a se perdoar.

Sou hipócrita só quando não posso deixar de sê-lo. Ou quando afetaria inocentes. Mas é estranho este lugar aqui. Parece que todos são inocentes, ou fingem sê-lo. E eu, onde fico?
Mim própria me responde: Na navalha, não no fio. Na lâmina, só na lâmina.

Clarisse Tarran - em carne

Nenhum comentário: